MIC ANUNCIA A CRIAÇÃO DA CPDRRIC

Recentemente o Movimento Independentista de Cabinda (MIC), anunciou a criação da Comissão Político-Diplomática para Realização do Referendo sobre a Independência de Cabinda (CPDRRIC) que tem como objectivo principal a “realização do Referendo sobre a Independência de Cabinda”.

Segundo a nota do MIC, que a nossa redacção teve acesso, a CPDRRIC é, um núcleo político-diplomático concebido com objectivo de agregar “representantes das organizações, associações e grupos cívico-políticos de Cabinda pró-alternativa política referendo independentista”.

A Comissão Política Interna do MIC, que anunciou a criação da CPDRRIC, foi coordenada pelo Secretário Geral, Filipe Macaia Luemba, que será substituída por uma comissão técnica preparatória conjunta para à institucionalização da CPDRRIC, outrossim, a referida Comissão Política Interna do MIC, manterá contactos políticos com as distintas organizações, associações e grupos cívico-políticos que comungam da proposta ora apresentada, tal como se pode ler na nota.

Importa referir, que a Direcção Política do MIC, esclarece que a CPDRRIC, visa exclusivamente à “realização do Referendo sobre a Independência de Cabinda” e que à adesão das outras organizações cabindesas na mesma não significa à inclusão destas organizações no MIC, segundo ainda a nota.

Por conseguinte, desde de 1880 que os Cabindas lutam para a defesa da sua identidade e contra à ocupação estrangeira. É oportuno recordar que na década de 60 se multiplicaram os esforços para unir os Cabindas numa só voz para o alcance da tão esperada restituição da soberania do Território de Cabinda que consequentemente livraria o seu povo do julgo colonial em pleno Século XXI.

À recém anunciada Plataforma “CPDRRIC” é mais um mecanismo de Resolução do Problema de Cabinda tal como as plataformas que surgiram nos esforços das reuniões inter-cabindesas de (Lisboa, Libreville, Helvoirt, Sáfica, Paris, Windhoek, Brazzaville e recentemente no Gana), só para citar.

Que após à sua institucionalização a “CPDRRIC” seja prudente em ouvir os apelos, críticas e recomendações dos outros Movimentos Independentistas de Cabinda, das organizações da sociedade civil e entidades religiosas que quiçá farão parte da Plataforma ora anunciada para que não seja mais um nado-morto ou uma efeméride para se esquecer, tendo em conta as experiências do passado recente do Processo de Resolução do Problema de Cabinda.

Neste sentido, muitas são as questões que se levantaram após ao anuncio da criação da “CPDRRIC” pela Comissão Política Interna do MIC e aproveitamos à oportunidade para deixar aqui algumas:

1-Como vai o MIC atingir os objectivos e propósitos que nortearem a institucionalização da “CPDRRIC”caso as outras organizações se recusarem fazer parte da plataforma?

2-Sabe-se que brevemente outros Movimentos Independentistas de Cabinda, farão o anuncio de novas plataformas que se juntarão as existentes como mecanismos de Resolução do Problema de Cabinda! Como vai proceder o MIC após o anuncio destes mecanismos?

3-Quais serão os argumentos que o MIC apresentará às organizações Internacionais (Comunidade Internacional) para que as mesmas se convençam da necessidade da realização do referendo para à Independência de Cabinda? Que será apresentada futuramente pela “CPDRRIC”!

4 -Será que no quadro desta concertação “CPDRRIC”, a plataforma assumirá somente o papel de organizar o referendo ou se transformará num órgão negociador?

Contudo, como escreveu um compatriota de Cabinda, a unidade é uma virtude muito preciosa que caracteriza a maturidade política de um povo, no entretanto todas iniciativas concernentes a reposição da Soberania do Território de Cabinda, serão sempre um passo rumo ao objectivo final. Pois trata-se de um valor intrínseco para a liberdade de um povo!

Texto de Magaliza Zola

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