Aula Magna do Eng. LeoTon Mabiala, ao texto do Sr. Arão Minamau Pambo.

Recentemente o Eng. Arão Minamau Pambo, teceu algumas considerações sobre o Problema de Cabinda, ao Club k.

E vários Cabindenses o responderam prontamente, como o caso do Eng. LeonTon Mabiala que respondeu nos seguintes termos:

Caro colega engenheiro e conterrâneo, permita-me aqui fazer algumas observações acerca da sua visão sobre o caso de Cabinda.

Antes queria parabenizar pelo tempo que consumiu para exprimir o seu pensamento acerca do caso de Cabinda que tem sido um tabu nas fendas da colonização angolana.

Me permita aqui repartir o seu texto em 8 partes.

1° SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA

O Eng. defende que a constituição da república de Angola consagra a unicidade e a indivisibilidade da República de Angola, ora bem, o único documento que nos oprime e não nos dá o direito da autodeterminação é a constituição angolana. Respeitar a constituição angolana é aceitar a colonização e a ocupação angolana em Cabinda. Não me recordo haver movimentos de libertação pelo mundo que respeitaram as constituições dos seus colonizadores ou ocupantes dos seus territórios. Até os próprios movimentos de libertação de Angola não respeitaram a constituição portuguesa. E porque os cabindas devem respeitar?

  1. A INFLUÊNCIA DE ANGOLA NA REGIÕES AFRICANAS E NO MUNDO

Todos sabem que Angola é um país muito influente na região austral ou centra africana e que faz valer a sua opinião e de muitas organizações internacionais em África e no mundo mas isto não é fator preponderante para subduzir as nossas reivindicações justas, pelo contrário, isto pode servir de vantagens para o problema de Cabinda, porque pode servir contra o próprio regime angolano. Qualquer conflito ou revolta pode rapidamente ter grandes repercussões e efeitos por causa da “exposição” de Angola no mundo.

  1. DENSIDADE POPULACIONAL DE CABINDA.

Um país para ser independente não precisa ter um número definido de população. Também não somos obrigados a termos todas as instituições de estado. Podemos fazer um estado segundo a nossa realidade.
Também, segundo a sua estatísticas, o engenheiro não mencionou os cabindas espalhados pelo mundo, onde muitos deles não nasceram no território de Cabinda mas gozam o direito da nacionalidade Cabindêsa. Outro fato, há nações que são constituídas também com extrangeiros , é normal que nos órgãos do nosso futuro estado haja cidadãos de origens estrangeiras mas a trabalharem no aparelho do estado, desde que respeitem e fazem cumprir a constituição da futura república de Cabinda.

  1. A INVASÃO DO CONGO

É mais um mito pensar que depois da independência seremos invadidos pelos Congos. Eu sempre descartei esta possibilidade porque todo estado goza a sua soberania e é inviolável e protegida pelas instituições Internacionais, até a ONU.
Não acredito numa possível invasão segundo a conjuntura atual da constituição dos estados aos olhos da comunidade internacional, por isso nesta hipótese está descartada, estou descansado, nem temo.

  1. CONFLITOS INTERNOS

Eu nunca descartei a possibilidade de existir diferenças de opiniões entre os cabindas. Estamos numa democracia e é normal que haja conflitos pós independência. Por isso, é uma missão de todos os cabindas promoverem a reconciliação e não fomentarem a divisão interna entre os cabindas. Podemos estar unidos mas na diversidade.

  1. PRIVILÉGIO DOS CABINDAS DA REGIÃO SUL DE CABINDA NOS APARELHOS DE ESTADO ANGOLANO.

Essa sempre foi a política utilizada pelo nosso colono, desde a colonização portuguesa à colonização angolana, DIVIDIR PARA MELHOR GOVERNAR.
Há muitos anos, o MPLA, com ajuda de alguns cabindas, defendiam que o pessoal do Norte é FLEC ou sustenta a FLEC. Defendiam também que se estivessem no aparelho do estado pode conduzir um golpe ou apoiar a FLEC. Estas e outras razões que levaram com que apenas os do Sul ocupavam sempre os cargos no aparelho do estado e poucos ou quase nada os eram do Norte. Isso é uma questão de preferência por parte do regime angolano e não um problema para Cabinda pós independência.

7° SURGIMENTO DE VARIAS FACÕES.

O engenheiro, embora não formar-se em história mas sabe que existiram vários movimentos de libertação de Angola que culminou com apenas 3, inclusive o Savimbe fez parte dum outro movimento antes de criar a UNITA. Então, por quê que dentro dos cabindas não pode existir várias facões em função das diferentes visões de luta pela causa? Como disse atrás, nós os cabindas somos unidos na diversidade.

  1. LUTA ÉTNICA NA DIVISÃO DO PODER DE ESTADO.

De facto e eu concordo que entre os nossos pais, existiu sim vários sentimentos tribais mas eu lhe garanto senhor engenheiro, a nossa geração já não tolera o sentimento tribal. E eu acredito que é esta geração ou a próxima que vai governar Cabinda. Dou a minha palavra que na geração atual, a juventude que eu faço parte, o tribalista já não se faz sentir, infelizmente esta é uma preocupação de muitos falsos cabindas que a todo custo promovem o tribalismo entre os cabindas.

Para terminar, eu acredito nos esforçar, na coragem e na determinação do nosso povo. Com muito sacrifício lutamos pela nossa identidade e todos aqueles que alcançarem estes nossos objetivos, Cabinda lhes compensará.

A independência é nossa única escolha.
Viva Cabinda!
Viva a reconciliação do povo Binda!
Viva a independência!

© 2019 A VOZ DE CABINDA – MBEMBU BUALA, PELA VERDADE E JUSTIÇA – CABINDA ACIMA DE TUDO E DE TODOS

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