O deputado da UNITA, maior partido na oposição em Angola, Raul Tati, disse recentemente que há um “descontentamento crescente”, sobretudo dos jovens, sobre a situação política no território de Cabinda, afirmando não acreditar “nas promessas das autoridades”.

Março 18, 2019
“Há um descontentamento crescente, sobretudo da parte dos jovens, relativamente à situação geral em Cabinda, e aqui não podemos falar apenas de situações sociais, como são os casos de desemprego, os projectos que não vão para frente, mas a própria situação política de Cabinda ainda prevalecente”.
Eleito em 2017 pelo círculo eleitoral de Cabinda, enclave localizado na África Central, o deputado da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), falava em conferência de imprensa de balanço sobre a visita de constatação relativa aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos em Cabinda, efectuada nos dias 01 e 02 deste mês.
Pelo menos 63 jovens do autodenominado Movimento Independentista de Cabinda (MIC) estão detidos por pretenderem fazer uma marcha alusiva ao dia 01 de fevereiro, o 134.º aniversário da assinatura do Tratado de Simulambuco, segundo as autoridades.
Nesta conferência de imprensa, a UNITA denunciou que “continuam a morrer” angolanos e em Cabinda, “vítimas de um conflito mal resolvido”, considerando que naquele território, os cidadãos são tratados de forma “arbitrária e autoritária”.
Segundo Raul Tati, os jovens em Cabinda, muitos nascidos depois de 1975, após a independência de Angola, “aos poucos vão ganhando consciência de que o conflito não foi bem resolvido”.
“E até mesmo fazem afrontas à geração que está a passar, e agora entenderam arregaçar as mangas e, segundo a sua estratégia, pensam que se pode resolver definitivamente o problema com o activismo atual”, realçou.
O deputado da UNITA disse “não acreditar nas promessas das autoridades angolanas”, situação que deixa as populações locais sem “qualquer entusiasmo”.
“Quem já recebeu muitas promessas que não foram cumpridas certamente não terá muito entusiasmo em aceitar novas promessas, este é o estado de ânimo da nossa população”, apontou.
“Nós em Cabinda recebemos muitos projectos de impacto social, projectos que a maior parte nunca saiu da cartola, alguns começaram e paralisaram, portanto, há qualquer coisa que não funciona”, considerou ainda o deputado.
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