TERRITÓRIO DE CABINDA DEBAIXO DE FOGO INTENSO “FAC VS FAA”

O dia 04 de Junho de 2020, vai de certo modo marcar a história da luta de libertação do Território de Cabinda, pelo facto de ter sido o dia em que as Forças Armadas Angolanas (FAA), violaram o cessar-fogo temporário e provisório decretado pelas FAC (Forças Armadas de Cabindesas), braço armado da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) no pretérito 13 de Abril do corrente ano, com o objectivo de facilitar a luta contra a pandemia de Covid-19, respondendo assim o apelo, lançado por António Guterres, Secretário geral da ONU.

O anuncio da violação de cessar-fogo, coube ao General de brigada António do Rosário Luciano, porta-voz do Estado-Maior-General das Forças Armadas Cabindesas (FAC), que por intermédio de um comunicado de guerra, denunciou as escaramuças entre as FAC e FAA na “Região de Massabi” que infelizmente vitimaram seis (06) pessoas sendo, um soldado das FAC, três das FAA e dois civis, “duas mulheres que foram abatidas pelo fogo dos militares angolanos”.

Confrontos esses que levaram as Forças Armadas Angolanas à invadirem a integridade territorial da República do Congo “Brazzaville”, no pretérito 06 de Junho, onde executaram barbaramente dois cidadãos da aquele país (Makosso Daniel e Dembi Alphonse), o coordenador e o secretário da região de Koulombo por suspeitas do apoio destes aos efectivos das FAC, o triste incidente ocorreu no distrito de Tchamba-Ndzassi às 17h00, hora local, segundo noticiou à agência BrazzaNews.

Ainda neste 06 de Junho de 2020, os efectivos das FAC da região norte foram surpreendidos por militares das FAA nas aldeias de Makamba Nzila e Ndongo Buba, nas proximidades fronteiriças com a RDC (na aldeia de Kunda), os confrontos vitimaram cinco (02) militares das FAC, nove (13) das FAA e muitos feridos graves, segundo os relatos de fontes locais que testemunharam estrondos de artilharia pesada. As FAC recuperaram uma gama valiosa do arsenal militar abandonado pelos efectivos das FAA no terreno. Este incidente foi hoje confirmado pela Flec Fac à lusa, onde os confrontos com “armas pesadas” resultaram de uma vasta ofensiva lançada pelas FAA contra a posição das Forças Armadas Cabindesas (FAC) e se estenderam até outras aldeias fronteiriças, a 30 quilómetros de Cabinda, até as 09:00 de domingo.

Por conseguinte, a FLEC FAC, muito antes do eclodir dos combates violentos, denunciou publicamente a política de terror e repressão do governo angolano contra o povo de Cabinda, durante a vigência do estado de emergência, decretado pelas autoridades angolanas em Março, onde dois incidentes bárbaros e macabros perpetuado pelas FAA, transformaram à luta contra o coronavírus numa oportunidade para o executivo de João Lourenço reprimir silenciosamente o sofredor povo de Cabinda:

– O primeiro teve lugar na região fronteiriça com a RDC em Tando Siala, com à execução de cinco aldeões indefesos de Cabinda pelos efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA) em Março de 2020.

– O segundo ocorreu no mesmo mês, isto no dia 22 de Março, na aldeia de Kissungo Mbemba, junto ao rio Chiluango na região do Necuto, Município do Buco Zau, onde três residentes da aldeia foram encontrados mortos, vítimas da barbaridade habitual das Forças Armadas do regime angolano, num ataque violento.

De recordar que no dia 29 de Maio do ano em curso, na planície Kalombo, na periferia de Télé, 12 efectivos da guerrilha armada de Cabinda, durante um patrulhamento nessa área fronteiriça a poucos quilómetros de Ngunga na região de Inhuca, foram alvos de uma emboscada perpetrada pelas Forças Armadas Angolanas (FAA). À acção provocou um “fogo intenso” que resultou na morte de um soldado angolano, segundo confirmou a e-global o Comandante SL, aliás Silvestre Luemba do Movimento Independentista sob o comando de Alexandre Tati.

A guerra no território de Cabinda, é resultante das estratégias musculadas do executivo angolano liderado por João Lourenço que tem estado a ignorar os sucessivos apelos ao diálogo, dando primazia a violência como sendo a única via para se resolver o problema. E o mais caricato é que este mesmo executivo admitiu e reconheceu recentemente por via oficial que têm ocorrido “escaramuças e emboscadas militares em Cabinda, como resultado da campanha contínua da FLEC”, pela independência do território. Não obstante à isso insiste em ignorar os apelos para à construção da Paz efectiva e duradoura no Território de Cabinda, optando pela continuidade da guerra.

O escalar da “tensão militar” entre os efectivos das FAC e das FAA, no território de Cabinda, coloca em risco à Paz e a Segurança Internacionais na região Central de África, que pode muito bem ser mitigado com a intervenção do secretário-geral das Nações Unidas, Sr. António Guterres, apelando as partes ao cessar-fogo e sobretudo à exortar o Presidente angolano João Lourenço a abandonar a sua política de violência, repressão e opressão contra o povo de Cabinda.

Perpetuada pelos efectivos de defesa e segurança de Angola, sob o comando do tenente-general Amílcar David Eugénio “Trovão” que em conjunto com outras chefias militares angolanas prosseguem com toda a impunidade e segurança a exploração ilegal e, tráfico de madeira, ouro, diamantes e outros recursos minerais pelo Maiombe dentro.

Que transformaram a guerra contra os Independentistas de Cabinda num negócio rentável para o enriquecimento ilícito dessas elites, sendo os primeiros a se manifestarem contra à resolução pacífica do conflito no Território de Cabinda em prol do seu eterno beneficio.

Contudo, a guerra não pode ser transformada como sendo o último recurso para à paz em Cabinda, pois já é chegada a hora para que o executivo angolano responda aos sucessivos apelos ao diálogo lançados pelos Movimentos que lutam pelo restabelecimento da soberania do Território de Cabinda.

BASTA DE MORTE, DOR E SOFRIMENTO PARA TODOS!

O recrudescer do “fogo intenso” no Território de Cabinda entre as FAC e FAA, já mereceu à reacção do MRPCS que numa nota apelou o fim dos conflitos sangrentos no território de Cabinda, que se estendem nos dois Congos, vitimando civis indefesos, o que viola os Direitos Humanos.

“A Direcção política do Movimento de Reunificação do Povo de Cabinda para a sua Soberania “MRPCS” apela ao governo angolano e a FLEC-FAC presidida por Emmanuel Nzita a cessarem com as hostilidades para enveredarem num cessar-fogo, afim de optarem pelo diálogo. O conflito armado em Cabinda que o governo angolano teima em resolver pode uma vez mais destabilizar a sub-região, aumentando o sofrimento do Povo de Cabinda que já paga um preço secular na humanidade com silêncio da ONU e da Comunidade Internacional e em particular do Governo Português, sem esquecer dos inocentes filhos dos camponeses angolanos que, num momento de Paz continuam a morrer para proteger interesses até hoje inconfessos”, concluiu.

Com estes acontecimentos prevemos um cenário sombrio em Cabinda nos próximos dias, onde se poderá assistir o aumento da opressão e repressão por parte das autoridades angolanas contra os independentistas Cabindenses.

Texto de Baveka Mayala

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