É uma honra fazer parte desta grande família que carinhosamente chamamos de família Binda, que tem Cabinda como o seu rosto. Quem não gostaria de fazer parte desta grande família?
Como é tão linda a nossa família, ela é rica pela sua cultura, pelas suas danças, pelas suas tradições e pelos encantos da sua natureza.
Em cada lugar onde um cabinda estiver, carregamos no peito o orgulho de ser de Cabinda. Quando nos encontrarmos, quer nos Estados unidos, quer na Europa, quer mesmo lá na China, o nosso Ibinda é inevitável, de repente sai um “befu ibefu”. Ah! Cabinda o que nos faz!
É honroso, é emocionante gritar bem alto, EU SOU BINDA!!!!
Ufff! Até sinto um aperto no coração!
Não há nada melhor que ser identificado pela sua terra, pelas suas origens identitárias, principalmente pela sua língua.
Mas, tudo isso acaba quando você num aeroporto internacional tem de mostrar o passaporte angolano e dizer que és angolano. Isso dói! Isso dói!
Dói mesmo muito!
Soa como uma traição à sua identidade.
Mas o que fazer?
Mamonso ntangu!
Sempre quis ser livre. Sonho sentir o prazer de ser um cidadão da República de Cabinda. Quero bem alto cantar o meu hino, o hino dos cabindas, CABINDA PÁTRIA IMORTAL, SUA GLÓRIA ESTÁ NOS SEUS FILHO…
Todos que em algum momento sentiram a necessidade de verem um dia a sua identidade ser valorizada e reconhecida internacionalmente, que se una, mas que se una mesmo com toda sinceridade e honestidade.
As intrigas, o protagonismo, o tribalismo, a ambição e a falta de diálogo entre nós, têm sido um verdadeiro câncer da luta por uma identidade própria do nosso povo.
Tenhamos o espírito de perdão e de reconciliação. Só assim que podemos vencer e conquistar a nossa identidade e darmos os verdadeiros destinos à nossa pátria.
EU AMO CABINDA.
Luanda, 19 de Setembro de 2018
Texto de LeoTon Mabiala
MBEMBU BUALA PRESS 