CONFLITO ARMADO SÓ PREOCUPA O GOVERNO QUANDO ESTE AFECTA DIRECTAMENTE O SEU VERDADEIRO POVO
A atenção dada pelo governo angolano, o seu povo e a comunidade internacional aos recentes acontecimentos das atrocidades policiais ocorridas em Cafunfo (Lunda Norte) no pretérito dia 30 de Janeiro, que protagonizaram uma autêntica carnificina contra o seu próprio povo indefeso demonstram claramente o nível de ignorância e subjugação deste governo aos sucessivos acontecimentos de terror desencadeados pelas suas forças no solo de Cabinda.
Por Eduardo Muindo*
Desde a invasão militar de Cabinda protagonizada em Novembro de 1974 pelas FAPLAS (MPLA) com a conivência do contingente militar Soviético-Cubano e claro, do governo Português, que o povo Cabindês vive um autêntica terror protagonizada pelas forças de “segurança” angolana em Cabinda ao mando do seu governo sob olhar cúmplice e silencioso do povo angolano e da comunidade internacional. Caso para dizer que perante estas entidades, a vida dos angolanos é mais valiosa que a dos Cabindeses.
Casos de assassinatos dos Cabindeses orquestrado pelas forças Armadas e a Polícia angolanas quer no interior como nos países limítrofes de Cabinda, são constantemente reportados, mas, infelizmente, como estas vidas são insignificantes, fazem-se de olhos e ouvidos de mercador diante destas atrocidades pois para a comunidade internacional e o povo angolano, enquanto o petróleo de sangue de Cabinda continuar a encher os seus bolsos e erguer-lhes centralidades e outras infra-estruturas, não importa quantos de nós este governo tem que matar.
Após a independência de Angola em 1975, mergulhou numa guerra civil que perdurou 27 anos. Devido ao impacto devastador que esta teve na vida do povo angolano (de Zaire ao Cunene), sentiu-se a devida necessidade de se dialogar para se assinar acordos de paz (Abril de 2002). Entretanto, o conflito entre Cabinda e Angola data do ano da invasão militar que o território de Cabinda foi alvo.
Movidos 46 anos de conflito, a opção do diálogo franco, aberto e inclusivo para a busca de uma solução pacífica do diferendo que envolve ambos os povos continua não sendo prioritário para o governo colonizador e aqueles Cabindeses que apelam o fim da guerra para a paz verdadeira em Cabinda são assassinados, perseguidos, sequestrados e na minoria dos casos presos pois o apelo a paz para Cabinda, atenta supostamente contra a segurança do dito Estado angolano, à título de exemplo, Membros da UCI presos desde 28 e 30 de Junho de 2020 e que continuam presos até a presente data por esta razão.
A história contemporânea nos ensina que o colonizador nunca se importou com a vida do povo por este colonizado mas sim, unicamente pelos recursos que advêm da exploração da colónia pois é por intermédio destes recursos que salvaguarda o bem-estar do seu povo. Por esta razão, uma mera chacina contra o seu verdadeiro povo (digo “mera” não por ser apologista à esta atrocidade mas sim, comparado com a protagonizada em Cabinda, não corresponde 1/1000) desencadeou este alvoroço todo na senda política e social angolano.
Para o amado povo de Cabinda, saibam que “o governo angolano e as suas instituições são todos inimigos do povo de Cabinda” pois representam uma ameaça à nossa integridade física e o garante de um futuro digno para a actual e futura geração de Cabinda. Se o direito público internacional assim os permitisse, não hesitariam em dizimar todo o povo de Cabinda para salvaguardar a roubalheira dos nossos recursos.
Cabe à todos nós filhos de Makongo, Mangoio e Maloango, imbuídos com espírito patriótico e numa única voz e determinação, nos reerguermos e darmos um verdadeiro basta a colonização angolana em Cabinda com vista a resgatarmos a nossa verdadeira identidade e o Estatuto político internacional conferidos à Cabinda.
A justiça tarda mas, sempre chega.
UNIDOS VENCEREMOS
VIVA A PAZ EM CABINDA!
VIVA A AUTODETERMINAÇÃO E INDEPENDÊNCIA DE CABINDA!
ABAIXO O TERRORISMO ANGOLANO EM CABINDA
*Secretário Geral da União dos Cabindeses para Independência – UCI
#Mbembubualapress