“Para corrigir os erros cometidos” por Portugal em Cabinda, a Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas Cabindesas (FLEC-FAC), pede ao presidente português Marcelo Rebelo de Sousa que “reconheça oficialmente os erros do passado e do presente, tal como o presidente francês assumiu as responsabilidades da França no genocídio ruandês e a Alemanha pediu desculpa pelo genocídio na Namíbia”, refere a organização independentista num comunicado.
Segundo a FLEC-FAC, Portugal “permitiu ilegalmente a integração do território de Cabinda em Angola, tornando-se Cabinda numa colónia angolana. Um erro político e estratégico de Portugal que teve como consequência o desencadear de um sangrento conflito entre os dois territórios”, escreve o Secretário-geral da organização, Jacinto António Télica, que assina o documento.
A organização independentista vinca que Portugal “tem um compromisso e a responsabilidade moral, histórica e política sobre Cabinda” e que “este vínculo deveria obrigar Portugal a assumir com coragem a sua história e a reconhecer que foi cúmplice do sofrimento infligido ao povo de Cabinda”. Uma cumplicidade que a FLEC-FAC considera que foi agravada “por um persistente silêncio face à contínua repressão e ocupação militar ilegal de Cabinda por Angola”.
Jacinto António Télica insiste que a FLEC-FAC quer um pedido de desculpas do Presidente português ao “povo de Cabinda, por Portugal ter contribuído na anexação ilegal de Cabinda a Angola que tem provocado milhares de vítimas e é a razão de um conflito que dura desde 1974 até aos dias de hoje”, lê-se no documento.
A resistência cabindesa solicita ainda ao chefe de Estado e Parlamento português para que “tenham a coragem política de reconhecer o direito à autodeterminação do povo de Cabinda e de colocar o problema de Cabinda nas agendas internacionais”.
Com a, e-global.
Foto Créditos Folha 8