
A direcção político militar da Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda “FLEC FAC”, solicitou hoje, num comunicado ao Secretário Geral da ONU, António Guterres, a viabilização de condições para o fim definitivo da guerra e ao drama constante em Cabinda.
POR MBEMBU BUALA
“A Flec apela também directamente ao SG da ONU, António Guterres, que conhece bem o drama de Cabinda e que no passado estabeleceu muitos contactos e compromissos com os dirigentes da FLEC, a não esquecer o conflito em Cabinda”, como se pode ler na nota assinada pelo General Zing Zong Júnior Sousa, Inspetor-geral da Defesa das FAC.
Por outro lado, a solicitação da Flec Fac, é extensiva aos representantes dos Estados Membros da ONU que participam na Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, para que façam uma distinção plausível entre os direitos humanos e os seus interesses pessoais e que não “permaneçam indiferentes perante o sofrimento dos povos amaldiçoados pelo petróleo”.
Porém a direcção político militar da FLEC FAC, apelou de igual modo aos Estados membros e ao SG da ONU que “o direito à autodeterminação do povo de Cabinda não pode estar ausente da agenda da Assembleia Geral da ONU, e o povo de Cabinda não pode ser considerado como um povo de terceira classe que não merece assistência nem atenção das Nações Unidas”.
É IMPORTANTE AQUI REALÇAR ALGUNS FACTOS SOBRE À LUTA DA AUTODETERMINAÇÃO DE CABINDA
O Tratado de Simulambuco foi assinado em 01 de fevereiro de 1885 pelo representante do Governo português Guilherme Augusto de Brito Capello, então capitão tenente da Armada e comandante da corveta “Rainha de Portugal”, e pelos príncipes, chefes e oficiais do reino de N’Goyo.
O tratado colocou Cabinda sob protetorado português e foi elaborado antes da Conferência de Berlim, que dividiu África pelas potências europeias.
A procura da independência data, no entanto, de 1956, quatro anos depois da união administrativa com Angola, com a formação do Movimento de Libertação do Enclave de Cabinda (MLEC) e, em 1963, dois anos depois do início da guerra em Angola, são criados o Comité de Ação da União Nacional dos Cabindas (CAUNC) e a Aliança Maiombe (ALLIAMA).
A Frente de Libertação do Enclave de Cabinda “FLEC” é fundada nesse mesmo ano, como resultado da fusão dos movimentos existentes e de forma a unir esforços que sensibilizassem Portugal para o desejo de independência.
Mais recentemente, a FLEC passou a designar-se Frente de Libertação do Estado de Cabinda.
Texto de José Manuel Kabangu
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