REFERENDO DECIDE A FAVOR DA INDEPENDÊNCIA DA REGIÃO SIDAMA NA ETIÓPIA

Membros do grupo étnico Sidama votaram massivamente a favor da criação de uma região autónoma. Segundo resultados divulgados este sábado (23.11), cerca de 98,5% optaram pelo governo autônomo. Afluência foi de 99,8%.

Äthiopien Sidama stimmen für Teil-Autonomie (Reuters/T. Negeri)

Moradores celebram o resultado do referendo

Moradores da zona de Sidama, que faz parte da Região das Nações do Sul, Nacionalidades e Povos (SNNPR), votaram massivamente a favor da criação de uma nova região federal. Cerca de 98,5%  optaram pelo governo autônomo, informou a junta eleitoral do país. O comparecimento dos eleitores foi de 99,8%.

Os resultados oficiais preliminares de um referendo realizado na passada quarta-feira (20.11), foram divulgados pelo vice-chefe do Conselho Nacional Eleitoral, Wubshet Ayele, na capital regional, Hawassa, cerca de 200 quilômetros ao sul de Adis Abeba.

“A votação de 20 de novembro foi pacífica e não houve grandes desafios logísticos, embora em alguns lugares houvesse filas de eleitores maiores do que as projetadas”, disse Ayele.

Ao criar a sua própria região federal, o povo Sidama – a quinta etnia mais numerosa da Etiópia – espera recuperar o controle dos recursos fundiários, a representação política, bem como reafirmar a sua identidade cultural.

Votação aconteceu na passada quarta-feira (20.11)

Longo caminho para a independência

A zona de Sidama, na Etiópia, onde vivem cerca de quatro milhões de habitantes, faz parte da Região das Nações do Sul, Nacionalidades e Povos (SNNPR), onde vivem mais de 40 grupos étnicos.

Há décadas que os membros da etnia Sidama anseiam por se libertarem da SNNPR e conquistarem a independência regional, um direito consagrado na Constituição. Mas anos de governo autocrático impossibilitaram o cumprimento desta disposição.

Mudança rápida

O resultado divulgado este sábado abre caminho para que Sidama se torne o 10º estado da Etiópia, mas também pode servir de inspiração para outros grupos étnicos interessados em conquistar a sua própria autonomia.

O primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed Ali disse que o movimento foi uma “expressão do caminho de democratização que a Etiópia empreendeu”.

A Etiópia, que já foi uma das nações mais repressivas da África, vem passando por mudanças rápidas desde que a Abiy foi nomeado no ano passado, prometendo forjar uma sociedade mais aberta.

No mês passado, Abiy ganhou o Prémio Nobel da Paz por suas reformas políticas e por fazer a paz com a Eritreia.

DW

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