Angola é governada desde sua independência até ao presente pelo partido MPLA. Para este partido, apesar dos pais fundadores da nação angolana: Holden, Neto e Savimbi terem reconhecido expressamente no Alvor, a especificidade de Cabinda dentro da angolanidade imposta, a prática reiterada do mpla é prova bastante da sua falta de vontade política em se encontrar, sem complexos, tal como defendeu o chorado Senhor Padre Builu, no Cine Chiloango, durante a reunião de Visão Comum para Cabinda, uma solução negociada do diferendo que nos opõe à Angola. Para mpla, à Cabinda apenas se exige deveres, aceitar-se calado à integração forçada sem nosso consentimento na angolanidade….
É o mesmo mpla que julga ilusoriamente, que os regimes por si controlados e manipulados nos países limítrofes à Cabinda sejam eternos. Talvez não aprenderam nenhuma lição com a queda de Laurent Babgbo, defendida com unhas e dentes por Angola numa clara violação da Carta da ONU que proíbe esse aquele tipo de ingerência nos países terceiros. Julgam que continuarão a ter ad eternum, regimes dóceis e fantoches que limitarão para sempre o abastecimento do exterior da guerrilha das FACs. Ledo engano!
Em 2010, com maioria de dois terços obtidos administrativamente em 2008, mpla aprovou à medida do ex presidente angolano Dos Santos, a Constituição de 2010, sem absorver e dar dignidade constitucional as cláusulas inaceitáveis do acto carnavalesco de 2006, no Namibe, que se convencionou chamar de “memorandum de entendimento para paz em Cabinda, que previa atribuição de estatuto especial ao território binda. Foi o mesmo mpla que nomeia como seu presidente, um sujeito que acha atribuir um porto digno para Cabinda é nos dar independência. E o seu presidente, nas vestes de PR, propõe em 2021, com a maioria qualificada do mpla, obtida no pleito de 2017, uma revisão constitucional pontual, sem assumpção das promessas vazias acordadas com o FCD traído nos seus princípios fundantes pelo Bento Bembe e seguidores.
Contudo, mesmo com essas provas bastantes da falta de vontade política do mpla na resolução à contento do caso cabinda, em pleno 2021, há jovens bindas, no uso normal das suas faculdades mentais que acham que é com o mpla que devemos contar. Ou somos burros de mais ou somos inocentes demais. Das duas uma!
Não hipoteco as nossas aspirações na “boa vontade dos angolanos”, mas ao mpla, não temos razões objectivas nenhumas para acreditarmos numa solução. Errar é humano mas persistir no erro de burros, tolos e malucos (dementes não diagnósticados e declarados judicialmente)
Texto de José Da Costa Binda