Pede-se a liberdade do António Victor Tuma e do Alexandre Dunge membros do MIC (Movimento Independentista de Cabinda), detidos na cidade de Cabinda, na Terça-feira, 5, em suas residências, localizadas nos bairros Primeiro de Maio e Lombe respetivamente. As detenções foram perpetradas pelos agentes da Policia Nacional e do SIC (Serviço de Investigação Criminal) em Cabinda. Os dois activistas do MIC foram levados para o SIC donde permaneceram encarcerados até Sexta-feira, 8, data em que foram transferidos para Cadeia Civil em Cabinda.
A detenção do António Tuma, Secretário Adjunto para Informação do MIC, foi ordenada pelo Magistrado do Ministério Público, João Mário da Conceição de Boavida, alegadamente “por prática de crime de Organização Criminosa, Organização Terrorista, Rebelião, Perturbação do funcionamento dos Órgãos de Soberania e Desobediência” lê-se no Mandado de Detenção assinado no dia 28 de Setembro do corrente ano.
Ao Alexandre Dunge não lhe foi exibido nenhum mandado de captura, por conseguinte, desconhece-se as razões da sua detenção.
De recordar que nesse dia houve um registo total de 7 detenções de activistas afectos ao MIC. E como se não bastasse, no dia seguinte, Quarta-feira, 6, a Polícia angolana deteve mais 15 militantes do MIC, incluindo o seu Presidente, Carlos Manuel Vemba, que decidiram sair à rua e marchar em direcção ás instalações do SIC para exigirem a liberdade incondicional dos seus membros.
No total foram detidos 22 elementos. Postos nas instalações do SIC, o Presidente do MIC pedia, sem sucesso, uma conversa directa com o Governador Marcos Nhunga por se tratar de questões políticas e com o Comandante Provincial da Polícia Nacional para tratarem de questões relacionadas com atuação da polícia, cuja posição foi apoiada pelos seus companheiros que não paravam de gritar “referendo sim, eleições não”, em protesto a realização das eleições angolanas em Cabinda.
Para reduzir o impacto dos protestos dos militantes do MIC dentro das suas instalações, os agentes do SIC decidiram separá-los em três unidades policiais, SIC, Gika e Chibodo. Não obstante, 20 elementos, incluindo o Presidente do MIC, Carlos Vemba, foram postos em liberdade na noite de Quarta-feira, 6. Lamentavelmente, o Tuma e o Dunge ainda se encontram privados de liberdade pelo que pedimos a sua restituição.
As referidas detenções ocorrem num contexto em que os militantes do MIC multiplicam as suas acções de mobilização do seu povo em defesa da realização dum referendo para solução definitiva do problema de Cabinda, desaconselhando a participação dos cabindas nas eleições angolanas.
Por António Paca Panzo, ativista dos Direitos Humanos.