Devido aos actos sucessivos de intolerância política em Cabinda, apadrinhados por Marcos Nhunga com a participação das forças de defesa e segurança de Angola.
Num texto longo tornado público através das redes sociais, Lumingo não só denunciou tais actos como também considerou o governador Marcos Nhunga de ser incapaz de governar o território de Cabinda e que aproveita-se das estratagemas da ‟intolerância políticaˮ para esconder à sua incompetência.
E se tais actos preexistirem Lumingo assegura que ‟prevê-se um banho de sangue nas eleições que se avizinhamˮ, apesar de não ser o seu desejo. E ainda deixou um aviso que não deixa de ser um ultimato ao primeiro secretário do MPLA ‟auguramos que actos do género não voltam a acontecerˮ.
Lei na plenitude o ultimato de Lumingo à Nhunga aqui:
A democracia é o regime político balizado pelos princípios da igualdade (todos são iguais perante a lei) e da liberdade (livre pensamento, expressão e associação) e pelos direitos de participação e contestação. Ela estabelece regras, emana de princípios que exaltam e privilegiam a coabitação de opiniões diversas para um bem maior.
Infelizmente, nos últimos tempos em Cabinda já é comum actos sucessivos de intolerância política, padreados pelo Primeiro Secretário do Mpla que por sinal é o Governador de todos nós. Um Homem que governa uma província tão pequena, cujo os índices de desemprego continuam a subir de forma assustadora, aí é que deveria assentar a sua governação. Na incapacidade de governar para o bem comum, e como forma de ocultar as suas debilidades governativas e ganhar confiança interna no seu partido, atiçou o seu programa de promoção de actos de intolerância política no seu pelouro, na sempre tentativa de abafar os adversários políticos.
No fim de semana último, o país ficou agitado por actividades das Organizações Juvenis dos Movimentos que compõe a Frente Patriótica Unida, com maior ênfase a JURA-UNITA, promovendo marchas em apoio ao seu Presidente Adalberto Costa Júnior que por imperativo do Acórdão do TC foi destituído do cargo do Presidente do Galo Negro. Cabinda não fugiu a regra, os militantes da UNITA e uma parte da sociedade civil, saíram a rua em apoio ao seu líder.
Os organizadores da marcha, depois de cumprirem escrupulosamente todos os procedimentos que a lei impõe, artigo 47º da CRA, artigo 6º da Lei nº 16/91, de 11 de Maio (Lei sobre o Direito de Reunião e de Manifestação), dias depois, foram surpreendidos com uma carta de resposta vinda do Governo Provincial, onde proíbe a realização da marcha tal como consta no ofício nº 2728/G.G.P.C/2021, recalcando ainda que a os promotores desta marcha pacífica (JURA e UNITA) são um grupo não organizado.
Os mesmos, inconformados e em defesa do Estado Democrático e de Direitos, decidiram sair a Rua, onde foram confrontados com um aparato policial armado até aos dentes. Por falta de entendimento entre os militantes da UNITA, PRA-JA, BD, SOCIEDADE CIVIL e a Polícia nacional, este último, na tentativa de cumprir orientações superiores, preferiu partir para agressões físicas, espancamentos graves e detenções, culminando com um saldo de 15 agredidos e 4 detenções que foram levadas em lugar incerto até as 23 horas do mesmo dia.
Depois de quase duas horas de tempo entre pode e não pode, felizmente a polícia nacional acabou cedendo e, os manifestantes marcharam pacificamente em apoio ao ACJ e exigindo o respeito ao Estado Democrático e de Direito, da Rotunda do Pio até à sede provincial da UNITA.
Um outro episódio aconteceu no mês de Setembro, quando a UNITA decidiu sair a Rua para uma marcha pacífica, onde exigia eleições livres, justas e transparentes com os membros de partidos políticos que compõem a Frente Patriótica Unida, Deputados, Activistas, sociedade civil. Para o espanto de todos, o Mpla decidiu também sair a Rua no mesmo dia, (Vê-se um partido sem agenda, que vai a reboque dos outros) corrompeu moto-taxistas maioritariamente cidadãos de origem congolesa que exercem de forma ilegal actividades de Moto-Táxi na província, com 2.000 kzs e direito ao abastecimento de combustível grátis, e outro cidadão de origem Mauritaniano que serviu até de motorista do primeiro Secretário do Mpla, com sua viatura descapotável, acto que foi fortemente criticado nas redes sociais (por ter cidadãos estrangeiros a imiscuir-se nos assuntos dos partidos políticos angolanos, acções condenáveis pela lei dos partidos políticos), decidiram circular em várias artérias da cidade de Cabinda, incluindo na área onde estavam concentrados os militantes da UNITA que por pouco, iam se chocando se não fosse a pronta intervenção da Polícia Nacional que esteve no local.
Segundo as nossas fontes próximas do Comando da Polícia Nacional em Cabinda, receberam a comunicação apenas as 20h00 do dia anterior da marcha da UNITA, que o Mpla iria sair às Ruas, facto que deixou alguns efectivos indignados, mas, tiveram que cumprir com as orientações dos seus superiores hierárquicos.
A sociedade está preocupada com esses actos sucessivos de intolerância política em Cabinda, aproxima-se mais um pleito eleitoral, se a Polícia Nacional, não ter capacidade organizativa (cada partido ter o seu dia de sair a Rua) e dar um basta ao Mpla, então, prevê-se um banho de sangue nas eleições que se avizinham, algo que todos nós não gostaríamos que acontecesse. Os militantes de outras formações politicas, estão cansados que sempre que o Mpla pretende atingir os seus objectivos, ter que utilizar e instrumentalizar as instituições do Estado.
O Mpla sequestrou a imprensa pública em Cabinda, e ainda quer sequestrar a Polícia Nacional, ai vai o meu conselho ao Comandante Provincial da Polícia Nacional em Cabinda: o Governador de Cabinda não é seu superior hierárquico, não lhe deves obediência, devem sim trabalhar em coabitação. A Polícia é o garante da ordem e tranquilidade pública, educa seus efetivos a serem uma polícia republicana e não partidária, o país é de todos nós.
Ao Cidadão Marcos Nhunga, está sendo muito mal assessorado e pessimamente aconselhado, posiciona-se como pai da Província e saiba separar as águas, entre ser Governador da província e ser Primeiro Secretário do seu partido, pois todos nós somos seus liderados e lhe queremos como um pai que protege e promove a unidade entre os filhos.
Auguramos que actos do género não voltam a acontecer.
Atenciosamente
Lourenço Lumingo