CARTA ABERTA À JOÃO LOURENÇO “PADRE FÉLIX CUBOLA”

Carta aberta ao Senhor Presidente da República de Angola, a Assembleia Nacional, a Opinião Nacional e Internacional.

Sou o Padre Félix Roberto Cubola Kinyumba de Cabinda, que por esta via, venho denunciar o seguinte:

Os Factos:

1- Na noite do dia 25 de Março,na minha residência do Zongolo, fui vítima dum assalto por 8 pessoas armadas. Espaqueado, amarado, raptado e abandonado, tido morto, no meio duma floresta. Foram levados os meus pertences, dinheiro e os dois jeeps.

2- As 3 horas do dia 26, depois de me ter desfeito de tudo quanto fui amarrado cheguei, andando toda a noite, dar a informação do sucedido ao Governador da Província de Cabinda que por sua vez deu a informação ao Comandante Provincial da polícia e Delegado do Interior. Recebi um patrulheiro no lugar do meu refúgio, que imediatamente pós se ao trabalho, na presença do Director do SIC/Cabinda e o Comandante Municipal de Cabinda.

3- No momento que se fazia a busca das impressões digitais, um dos membros do SIC presente, já tinha ideia do grupo que fez o assalto. E pelo seu aparelho telemóvel, mostrou-os algumas fotos, no qual reconhecemos o chefe do dito grupo. Curioso deu – nos informações sobre o assaltados,suas frequências…

4- Demos o primeiro depoimento aos investigadores do Doc sobre o assalto,e os nossos dados pessoais.

5- Logo nas primeiras horas da manhã, todo nosso depoimento, já se encontrava nas redes sociais, até ao desrespeito da lei sobre a proteção dos dados pessoais.

6- Na noite do dia 26 para 27, os carros e os assalteadores, atravessavam as fronteiras territoriais, levando assim o jeep fechado( Toyota- Fortuner) na fronteira do Lindú. E o aberto foi recuperado, pois seguia o primeiro, pela Polícia Guarda fronteira, que já tinha a informação,antecipadamente. Assinalamos que ,segundo as informações recebidas de fonte digna,os carros atravessavam a fronteira as 22horas passadas do dia 26 de Março, circulando com luzes apagadas.

7- Constatamos que vigorava o Decreto Presidencial sobre o encerramento das fronteiras territoriais. Mas também as fronteiras da RDC o estavam também.

8- Segundo os policiais de Guarda fronteira que prenderam, o carro aberto,depois de passar o primeiro, surpreendidos, foram atrás do Segundo, e sobre a pressão, os ocupantes abriram as portas e puseram-se em fuga, e por ser de noite, não conseguiram capturar ninguém e o jeep fechado, já se encontrava no território da RDC.

9- Constatamos que essa fronteira do Lindo, já foi usada várias vezes para os roubos de carros: o jeep do antigo Director do SIC/ Cabinda, senhor Oliveira, o jeep do antigo Administrador do Tando -Zinze, Senhor Grilo, assim como de outros cidadãos.

Preocupações e Perguntas:

1- Depois do que nós aconteceu, até hoje a imprensa Provincial, nunca anunciou ou informou a opinião nacional e internacional, pois é um direito, porque? E mesmo sabendo que violou a fronteira enquanto vigorava o Decreto Presidencial do encerramento das fronteiras?

2- Como se pode compreender que o SIC / Cabinda,violou a lei da proteção de dados? O que está atrás disso?! Com que intenção isso foi feito? Pedimos explicações e nada nos foi dado como resposta ou explicações.

3-Como se pode compreender tanto de noite como de dia, os efectivos da polícia Guarda fronteira, pagos pela contribuição nossa, erário público,para a proteção da segurança das nossas fronteiras, deixam assim as nossas fronteiras vulneráveis, e mesmo enquanto vigorava o Decreto Presidencial sobre o encerramento até nova ordem? Será assim efectivo a pretensão dos residentes de Cabinda, contra o coronavirus, com este tipo de polícia?Que tipo de polícia, formada para esse tipo de situações, não consegue capturar assalteadores e violadores nocturnos das nossas fronteiras?Como se pode explicar e fazer entender isto a alguém? O mínimo isto frisa a cumplicidade ou a corrupção (o marinbondismo) que é o nosso coronavirus 18 em Angola.

4- De que são feitos os acordos tripartidos, sobre a questão da segurança das fronteiras: Angola, RDC e Congo / Brazzaville? Desculpem, mas é só quando se trata da casa a FLEC?

5- É sabido pelas Autoridades competentes províncias que essa fronteira do Lindo e Tendekele é violada constantemente para o prejuízo dos honestos cidadãos, mas sem que nada fosse feito até agora? E porquê o material comprado pelo erário público,apodrece no quartel da polícia em Cabinda e não é utilizado para fiscalizar essa fronteira que provoca mortes e empobrecimento de Angolanos constantemente? Quem deve ser responsabilizado com isto a não ser os que governam a Província?

6- Pelas indiscrições, ouvimos que a razão da não fiscalização desta fronteira é o comércio ilícito de combustíveis, o roubo de viaturas para o enriquecimento dos mais altos da Província.

Proposta:

1- Pedimos que inquéritos parlamentares seja feitas com a Sociedade Civil para se apurar o que se passa

2- Sejam situadas responsabilidades e julgados todos cúmplices desta situação para que sejam pagos os danos e reparação seja feita. Basta de sacrificar o Povo pelos interesses pessoais. Pois foi a vossa promessa, combater os marimbondos e fazer justiça mesmo aos mais simples e fracos.

Que o coronavirus 19 não venha tornar mais forte o coronavirus 18 (marinbondos, corrupção).

Aguardamos.

Cabinda 14 de Abril de 2020.

Padre Félix Roberto Cubola Kinyumba

Deixe uma resposta

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.