O Comité das Nações Unidas para os Desaparecimentos Forçados vai realizar a amanhã segunda-feira, 04 de Maio (2020), em Genebra, a sua 18ª Sessão, mas de modo virtual que terá início às 14horas.

Por este meio apelamos à todos compatriotas de Cabinda no interior e na diáspora que acompanhe a referida sessão, sendo uma soberana oportunidade para se denunciar os desaparecimentos forçados dos Cabindas perpetuados pelo governo angolano (liderado pelo MPLA), tal como o caso do compatriota Chris Mabiala e de tantos outros Cabindas, vítima do desaparecimento forçado das autoridades angolanas, prontamente denunciados à comunidade internacional.
Para os que não estão familiarizados com o dossier do compatriota Chris Mabiala, leiam aqui na íntegra o que sucedeu:
Apesar de sido presente uma queixa crime às autoridades judiciais internacionais, contra o General angolano, José Caetano de Sousa “Zé Grande”, Chefe dos Serviços de Inteligência Externa-SIE, por ter sido o autor principal do rapto de Chris Mabiala, por violação das convenções internacionais sobre a proteção de refugiados, até hoje nada se sabe acerto sobre o paradeiro exacto de Chris Mabiala.
Apesar da gravidade dos factos e da instituição angolana envolvida, apelamos às autoridades da República Democrática do Congo-RDC (hoje), que ajudem o povo de Cabinda que luta por uma causa justa, pois num passado, recente as autoridades desta nação irmã, não só reconheceu o direito do povo de Cabinda à Autodeterminação e bem como da sua soberania, oficialmente.
O triste acontecimento teve lugar no período de Março à Abril de 2019, como já havíamos reportado.
Após a chegada ao poder na RDC, Félix Antoine Tshisekedi, que decidiu amnistiar a grande maioria dos presos políticos, condição em que se encontrava o compatriota Chris Mabiala, Ex-Chefe Adjunto das Forças Armadas Cabindesas-FAC, na era de Henriques Nzita Tiago, líder histórico da FLEC FAC, que se encontrava detido em Kinshasa, há mais de um ano no período em que se deu à acção. Local onde residia como refugiado, com a sua respetiva família.
Chris MABIALA, foi detido e preso ilegalmente, em 2018, pois mesmo, residindo na RDC na condição de refugiado de Cabinda, não deixou de exprimir os seus ideias independentistas sobre Cabinda, o que incomodava as autoridades angolanas do MPLA, que por várias vezes tentaram o raptar para Angola, o que não aconteceu graças à pronta intervenção do Escritório das Nações Unidas, com sede na RDC.
O improvável veio acontecer justamente, com a chegada de João Lourenço ao poder, fontes familiarizadas ao assunto, afirmam que as autoridades angolanas, pressionaram à RDC para que Mabiala fosse transferido para Angola, tendo em conta amnistia decretada por Tshisekedi permitiu que saísse da prisão no período de Março à Abril de 2019.
Mas, infelizmente o pior veio acontecer em Abril de 2019, quando as autoridades angolanas, raptaram Chris Mabiala da RDC para Angola.
Esteve directamente envolvido no processo do rapto de Chris Mabiala, da RDC para Angola, o General angolano, José Caetano de Sousa “Zé Grande”, Chefe dos Serviços de Inteligência Externa-SIE que se deslocou neste período (Março – Abril) à capital da RDC e levou pessoalmente o cidadão Cabindense da RDC para Angola de forma ilegal, pois este é detentor de uma protecção internacional no âmbito do direito internacional dos refugiados e requerentes de asilo político.
E até hoje não se sabe ao certo do verdadeiro paradeiro de Chris Mabiala e bem como do seu estado físico. Não se sabe se está vivo ou morto e na eventualidade de estar preso não se sabe também ao certo, o local onde está à cumprir a prisão em Luanda ou no território de Cabinda. Pois, autoridades angolanas não se pronunciaram, oficialmente, após se ter efectuado à denuncia sobre o rapto de MABIALA.
Contudo, reiteramos o apelo à comunidade internacional, em especial às Nações Unidas “O Conselho dos Direitos Humanos” e o “Comité das Nações Unidas para os Desaparecimentos Forçados” que realiza a amanhã segunda-feira, 04 de Maio (2020), em Genebra, a sua 18ª Sessão à pressionarem as autoridades, do “GOVERNO ANGOLANO” à se pronunciarem sobre o assunto, sendo um acto grave de violação dos direitos humanos e do direito internacional humanitário.
Texto de Baveka Mayala
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