AS MENTIRAS DO GENERAL ANGOLANO SOBRE A EXISTÊNCIA DE ACÇÕES DE GUERRILHA EM CABINDA

Coube ao ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República de Angola, general Pedro Sebastião, a missão árdua e espinhosa, de responder a título oficial sobre o que se passa no Território de Cabinda, mas fê-lo mentindo descaradamente à opinião nacional e internacional.

POR ESSA RAZÃO, CABINDENSES E ANGOLANOS DE “BOM SENSO”, DESPERTAI!”

Pois as declarações do general Pedro Sebastião, estão prenhas de falsidades quando em círculos restritos se sabe que a situação militar em Cabinda preocupa o executivo angolano para não falar o MPLA.

Fonte:avozdecabindambembubuala.com

Pedro Sebastião admitiu com muita ironia e com declarações falsas que o estado da actual situação militar no Exclave de Cabinda é palco, “de vez em quando”, para este de acções de guerrilha, como sempre e, a moda do MPLA “recusou a existência de uma situação de instabilidade”, chegando a jurar de pé juntos que em Cabinda se vive uma “paz efectiva”.

Mas se existe “paz efectiva” no Território de Cabinda porque alega o general Pedro Sebastião, mesmo que seja “de vez em quando” têm lugar no interior de Cabinda acções de guerrilha protagonizadas pela Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), através do seu braço armado as Forças Armadas Cabindesas, as gloriosas FAC.

E PERGUNTARIA AO EXÍMIO REPRESENTANTE DO EXECUTIVO ANGOLANO.

Por que as Nações Unidas reconheceram tacitamente a FLEC-FAC como um grupo guerrilheiro que luta para à libertação do Território de Cabinda? Situação que criou embaraços ao executivo angolano que caracterizou à acção da ONU como uma espécie de reconhecimento formal da Flec-Fac como sujeito de direito internacional.

Por que o “Território Cabinda” figura na lista que a ONU publicou recentemente, como um dos territórios, onde se localiza um dos 16 grupos de guerrilha que acolheram com bom grado o apelo de cessar fogo lançado por António Guterres, secretário geral das Nações Unidas para que se podesse combate melhor à Pandemia da Covid-19?

É mentira quando Pedro Sebastião admite, que “de vez em quando, aqui e acolá, podem surgir grupos que possam fazer uma ou outra acção não como acção organizada” em Cabinda devido à porosidade das fronteiras e são falsas ainda as declarações do general angolano de que “As notícias de Cabinda nas redes sociais não correspondem à verdade”.

Se não vejamos, se as acções de guerrilha não são organizadas!

Por que os efectivos das forças armadas angolanas têm sofrido baixas significativas (só para ilustre os menos atentos, diga senhor general onde para o Sr. Vinicio Zole, que tombou na ofensiva da FAA contra as FAC), reivindicado pela guerrilha de Cabinda?

Por que as autoridades militares de Angola não esclarecem as verdadeiras razões da morte de Edilson Emanuel Minguéns Limpinho, natural de Benguela que exercia actividades militares na região militar de Cabinda, na primeira divisão de infantaria da 11a Brigada, falecido no dia 12-06-20, mas que informaram à família que faleceu de morte súbita na unidade?

Por que as FAA têm protagonizado nos últimos tempos incursões armadas nos dois Congos no encalço dos guerrilheiros da Flec Fac? Incursões que preocupam os países da região, em particular a República Democrática do Congo (RDC) que recentemente as denunciou oficialmente por intermédio de Gilbert Kankonde Malamba, Vice Primeiro Ministro, Ministro do Interior, Segurança e de Questões Costumeiras que condenou veemente a “incursão de tropas angolanas em território congolês, via Lukula (Kongo Central), no encalço de independentistas cabindenses da Flec. Anuncio feito no dia 19 de Junho, na 36a reunião do Conselho de Ministros do governo da RDC.

Por que razão o executivo angolano tem estado a destacar efectivos militares das forças especiais de defesa e segurança nos limites fronteiriços entre o Território de Cabinda, a RDC e o Congo Brazzaville? São mais de 10.000 mil efectivos no terreno em missão especial.

Por que as populações da localidade de Kimongo, no Congo Brazaville, queixam-se constantemente das incursões do exército angolano? Nesta mesma localidade os militares içaram a bandeira angolana, mesmo sabendo que é território congolês, onde permaneceram durante dias, ocupando o território ilegalmente.

Por que os efectivos das forças armadas angolanas, invadiram a integridade territorial da República do Congo “Brazzaville” no distrito de Tchamba-Ndzassi no dia 06 de Junho do corrente e executaram barbaramente dois cidadãos da aquele país, Makosso Daniel e Dembi Alphonse, coordenador e o secretário da região de Koulombo por suspeitas do apoio destes aos efectivos das FAC?

Por que as FAA não estão a respeitar o apelo de cessar fogo do secretário-geral da ONU, António Guterres que o vosso executivo se comprometeu em respeitar durante a pandemia da Covid-19?

E que fique bem patente, senhor general Pedro Sebastião, os guerrilheiros de Cabinda, não são e nunca foram marginais “que tentam criar instabilidade” no Território de Cabinda. Não senhor, os guerrilheiros de Cabinda lutam por uma causa justa reconhecida internacionalmente pela comunidade internacional, mas que se arrasta até hoje por culpa do executivo angolano do MPLA.

O continuar da guerra no território de Cabinda, é resultante das estratégias musculadas do executivo angolano liderado por João Lourenço (que tem a guerra como o principal instrumento de resolução de conflitos) que tem estado a ignorar os sucessivos apelos ao diálogo, dando primazia a violência como sendo a única via para se resolver o problema. E o mais caricato é que este mesmo executivo admitiu e reconheceu recentemente por via oficial que têm ocorrido “escaramuças e emboscadas militares em Cabinda, como resultado da campanha contínua da FLEC”, pela independência do território. Não obstante à isso insiste em ignorar os apelos para à construção da Paz efectiva e duradoura em Cabinda, optando pela continuidade da guerra.

O escalar da “tensão militar” entre os efectivos das FAC e das FAA, no território de Cabinda, coloca em risco à Paz e a Segurança Internacionais na região Central de África, que pode muito bem ser mitigado com a intervenção do secretário-geral das Nações Unidas, Sr. António Guterres, apelando as partes ao cessar-fogo imediato para à resolução do diferendo e sobretudo à exortar o Presidente angolano João Lourenço a abandonar a sua política de violência, repressão e opressão contra o povo de Cabinda e bem como contra os povos da República do Congo “Brazzaville” e da República Democrática do Congo “RDC”, vítimas das barbáries das FAA em solidariedade aos Cabindas.

Contudo, a guerra não pode ser transformada como sendo o último recurso para à paz em Cabinda, pois já é chegada a hora para que o executivo angolano responda aos sucessivos apelos ao diálogo lançados pelos Movimentos que lutam pelo restabelecimento da soberania do Território de Cabinda.

BASTA DE MORTE, DOR E SOFRIMENTO PARA TODOS!

Importa realçar que o recém reconhecimento da ONU da luta dos Cabinda neste Século XXI é um marco importante para a resolução pacífica do diferendo.

Texto de José Kabangu

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