MENSAGEM DO PRESIDENTE DA FLEC FAC AO POVO DE CABINDA

MENSAGEM DE FIM DE ANO DE 2021

DE SUA EXCELÊNCIA ALEXANDRE TATI BUILO

PRESIDENTE DA FRENTE DE LIBERTAÇÃO DO ENCLAVE DE CABINDA

FORÇAS ARMADAS CABINDESAS

FLEC FAC

MENSAGEM DA FLEC FAC AO POVO DE CABINDA NA OCASIÃO DE AVALIAÇÃO DO FIM DE ANO 2021

Caríssimo povo de Cabinda,

Caros Compatriotas e militantes,

Permitam-me começar por saudar antes de tudo a resistência patriótica do povo de Cabinda, com profundos agradecimentos a Deus todo poderoso pelo seu infalível sustento a nobre causa cabindesa.

Falando de discursos e balanços anuais quero reiterar que estes não são de momentos indispensáveis enquanto não tivermos normalizado a situação política no nosso território, como é óbvio uma luz ainda longe do túnel porque só nessa condição que a história de Cabinda terá merecido as honras de toda nação Cabindesa como deve ser.

O vídeo está aqui: https://youtu.be/8b046Wdj660

Daí o presente alarme a todo o povo de Cabinda, contra as manobras dilatórias da ocupação angolana na véspera das eleições o que não é novidade para ninguém, basta avaliar em termos de proporção as promessas eleitoralistas feitas em Cabinda, desde António Agostinho Neto passando por José Eduardo dos Santos até João Lourenço cujo mandato termina agora.

Com relação ao estado de pobreza e deterioração em que vive o território e as suas populações até presentemente. Poderá alguém dizer o contrario?

Hoje os dirigentes políticos angolanos na ocorrência MPLA e UNITA, apostam o inferno contra Cabinda, activam-se pela rendição da FLEC FAC em vez de concorrer na criação de mecanismos políticos e diplomáticos viáveis a organização de negociações políticas francas e abertas para Autodeterminação do povo de Cabinda, exploram a fraqueza dos Cabindas que sabem adormecer com o sorriso do tigre, fala-se de paz e diálogo num território em eterno estado de emergência, onde primam a repressão política, as prisões arbitrárias, os assassinatos políticos numa limpeza étnica a fogo brando para além das diversões e mascaradas visando dividir e manipular para melhor controlar os Cabindas.

Trata-se aqui de um sério golpe contra a dignidade cabindesa, um insulto e falta de respeito. Um comportamento longe de reconhecer o povo de Cabinda como dono desta terra. Os Cabindas vivem como prisioneiros na sua própria terra enquanto que em Angola são considerados como estrangeiros é nesta condição que vêm advertir-nos com que chamam negociações, sem direito de conhecer, o objecto, isto é o que se vai negociar. Uma verdadeira mascarada onde só se embarca Cabindas falsos, não patriotas, homens de negócios ao serviço do regime angolano e inimigos do povo de Cabinda.

Agora Basta!

Sim! Nós dissemos Basta! Acabemos de uma só vez com essa vergonhosa etiqueta de Cabinda ‟ZOBAˮ, traduzido significa burro ou idiota.

Nós, consideramos que somos um povo, um território e uma cultura própria. O povo de Cabinda quer apenas a sua própria organização política, as suas próprias leis para se administrar sobre os seus problemas políticos, económicos e sociais. Quer ocupar-se da defesa da sua integridade territorial, quer determinar a sua própria carta diplomática, quer conceber a sua política de cooperação no âmbito económico e de defesa com outros estados e, enfim quer cumprir com as suas obrigações internacionais.

Depois desta longa experiência de luta, de descriminarão, de dor, desigualdades e de amarguras, com Angola é legitimo que os Cabindas estejam doravante prudentes na escolha dos seus parceiros, tendo em conta o critério de boa aplicação na escola da paz, da democracia, da boa governação e mesmo das relações internacionais. O nosso passado colonial há um momento da história associada ao de Angola por comodidades administrativas não compromete de forma alguma o Estatuto Internacional de Cabinda à Luz do Tratado de Simulambuco ratificado na conferência de Berlim em 1885 e da Constituição colonial portuguesa de 1933, tendo distinto e separado Cabinda de Angola na sua I parte n.2 do Artigo 1, tanto como nas versões seguintes até ao fim da época colonial.

Por conseguinte, nem Portugal, nem Angola, nem tão pouco as Nações Unidas podem anular o estatuto de não Autonomia deste Território, segundo a Resolução 1542 das Nações Unidas, décima quinta Assembleia Geral de 15 de Dezembro de 1960, até que seja permitido ao povo de Cabinda o exercício do seu direito imprescritível à Autodeterminação na qualidade de povo titular.

De resto ninguém poderá apagar na história que Cabinda é o território africano número 39 ao exemplo de Angola número 35, os Camarões número 22, a RDC número 24, Uganda número 25, o Ruanda número 27, o Burundi número 28, o Congo Brazzaville 36 ou o Gabão número 37 e etc entre as primeiras 50 colônias africanas programadas no plano de descolonização da OUA digo – Organização de Unidade Africana em 1964.

Os efêmeros Acordos de Alvor que em 1975 pretendiam anexar Cabinda à Angola, sem consentimento do seu povo não passaram de nova conspiração colonial que abandonou Cabinda em mãos de africanos, ontem heróis de libertação e hoje tiranos sem alma ao serviço de plataformas capitalistas e de interesses mercantilistas em detrimento das suas próprias populações.

Todavia, nkutu qui vulu kumbu muekaˮ, isto em fiote e, traduzido: AO IDIOTA SÓ SE ROUBA UMA ÚNICA VEZ. Se a que negociarmos, então isso só será possível com garantias internacionais, Cabinda de um lado da mesa e Angola do outro.

E de modo algum na condição de ‟mestra escravoˮ ou de patrão a proletário como somos tratados até hoje. Uma vez estabelecida a nova ordem social em Cabinda poderemos finalmente negociar cooperações multiformes de estado a estado, eis o que diriam os Cabindas em voz alta. Claro! Se Angola não tivesse confiscado no território a liberdade de opinião, de expressão e de manifestação.

Até que Angola faça prova de maturidade e de vontade política no quadro das suas responsabilidades como estado membro das Nações Unidas e da União Africana, ainda que sozinho e indefeso o povo de Cabinda não tem escolha, não tem outra alternativa se não reforçar a sua resistência para à sua auto-defesa dos seus direitos inalienáveis. Somos chamados a mais sacrifícios face a intransigência política angolana impor a força da razão a razão da força, tal é a nossa divisa para o ano 2022.

Devemos boicotar as eleições angolanas já desqualificadas em Cabinda, sim todos numa única voz, devemos dizer não as eleições angolanas. De acordo com a nossa própria decisão penso termos deduzido que eleger Angola em Cabinda é legitimar a nossa ocupação, a nossa colonização.

Em conclusão só dirigentes Cabindas, eleitos pelo povo de Cabinda livre da opressão poderão defender os interesses genuínos do povo de Cabinda. Claro, o que passa pela mudança da nossa mentalidade revolucionária e pela nossa unidade patriótica.

Que deus abençoe o povo de Cabinda e a sua resistência patriótica, durante o novo ano 2022.

Viva o povo de Cabinda!

Viva a FLEC FAC!

Viva à Autodeterminação e a Independência do povo de Cabinda!

Base militar dos heróis da independência de Cabinda, aos 20 de Dezembro de 2021

Assina

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ALEXANDRE TATI BUILO

PRESIDENTE DA FRENTE DE LIBERTAÇÃO DO ENCLAVE DE CABINDA – FORÇAS ARMADAS CABINDESAS – FLEC FAC

OBRIGADO!

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