É desolador e triste saber que após 46 anos de ocupação o MPLA persiste na velha tática da demagogia e das falsas promessas sobre o desenvolvimento do Território de Cabinda para o bem estar do seu Povo.
Os níveis de pobreza que estão relegados as populações de Cabinda sobre tudo as do interior são de partir o coração e degenerar revolta em qualquer mente pensante.
Por Francisco Lubota (Bavonda Kwau)*
Alto Sundi está localizado na região de Belize, precisamente na zona de Miconje, uma região composta por mais de 20 aldeias correspondendo a uma superfície de cerca de 450 quilómetros quadrados, com uma densidade populacional avaliada em dois mil e 800 habitantes, a sua localização geo-estratégica o aproxima das regiões de Niari (República do Congo) e Kongo Central (República Democrática do Congo), com as quais divide fronteiras.
Para o MPLA no que concerne ao desenvolvimento do Território de Cabinda todas as desculpas são viáveis, tal como a não implantação na sua plenitude do “Programa de Desenvolvimento do Alto Sundi-PRODAS”, paralisado há mais de 11 anos devido à conjuntura económica e financeira, segundo o partido da situação. Mas se recuarmos no tempo e no espaço veremos que há 11 anos atrás o sector económico mundial estava em alta facilitado sobretudo com os preços do crude que o território produz em abundância.
Outrossim, se recuarmos também neste mesmo tempo e espaço concluiríamos ainda que em 46 anos da presença do MPLA no Território de Cabinda pouco ou nada se fez em comparação à quantidade de recursos naturais explorados que matematicamente ultrapassam milhares de dólares norte americanos ou seja sempre faltou vontade política por parte das autoridades angolanas para desenvolver Cabinda. E o mais caricato é que esse discurso de resolver os problemas ressurge sempre no período em que se aproxima o pleito eleitoral, com promessas que mesmo feitas ao diabo, até este duvidaria da sua plena materialização pelo governo angola (MPLA) que continua a nos impor uma neo colonização pior que a presença portuguesa (1883-1975).
Neste sentido, urge refletirmos profundamente para podermos questionar!
Será que desta vez o asfalto, água potável, a energia e o saneamento básico chegarão ao interior de Cabinda sobretudo no Alto Sundi, onde há mais de 46 anos as populações clamam por melhores condições de vida?
Tendo em conta a pobreza extrema que os assola.
*Director Adjunto da Mbembu Buala Press (A Voz de Cabinda)
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