APELO DE LEOTON MABIALA AO GOVERNADOR DE CABINDA MARCOS NHUNGA

A INOPERÂNCIA DE MARCOS NHUNGA NA RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS POLÍTICOS E MILITARES EM CABINDA

Eng. Marcos Nhunga, filho e Governador de Cabinda desde o ano passado, não foge a regra de inoperância como acontece aos demais governadores que serviram em Cabinda. Eng. Marcos Nhunga, herda os mesmos hábitos de todos outros governadores que por este território passaram, tendo uma governação que faz vista grossa aos problemas políticos e militares de Cabinda, problemas esses que podem pôr em causa os investimentos nacionais e internacionais para o desenvolvimento social e económica de Cabinda e de construção de uma sociedade cabindesa livre e verdadeiramente democrática.

O governo do Eng. Marcos Nhunga faz de Cabinda um medo, onde os que pensam diferente são aterrorizados, repreendidos e presos arbitrariamente e sistematicamente. Proibindo manifestações, reuniões e encontros que visam a debater soluções e visões sobre o problema de Cabinda.

Independentemente das situações constrangedoras e desconfortáveis que o problema de Cabinda causa aos governos que passam em Cabinda, quer por causa das militâncias dos governadores, quer por protegerem os interesses da angolanidade em Cabinda, Eng. Marcos Nhunga não se mostra disposto e disponível em fazer história em Cabinda, que poderia fazer dele um herói e que seria lembrado pelas futuras gerações. Ele prefere sair-se “mal na fotografia” e criar decepções e desilusões aos seus irmãos de Cabinda do que comprometer as orientações manadas por Luanda, que visa a exigir o povo de Cabinda a negação da sua verdadeira identidade e aceitar uma que não tem a ver com aquela que o povo de Cabinda crê, idealiza e que está convicta, a troco de confiança política, segurança e promoção da sua carreira política.

O Eng. Marcos Nhunga não precisa ser apenas lembrado como o primeiro Muyombe a governar Cabinda, mas como o único que deu o seu máximo para encontrar um mecanismo de diálogo entre as forças políticas e militares cabindesas com o governo de Angola. Promovendo assim, encontros de análises, concertações e discussões em torno do problema de Cabinda para o alcance da paz e estabilidade naquele território.

Apesar das novas intenções políticas da governação de João Lourenço, no que tange a descentralização dos governos provinciais, embora serem no papel apenas, não vejo em Marcos Nhunga vontade e capacidade de usar os seus poderes administrativos locais para promover um diálogo aberto e transparente com as forças vivas de Cabinda para que juntos se encontre uma visão local dos factos políticos e militares em Cabinda para posteriormente serem apresentados ao titular do poder executivo de Angola, onde se propõe mecanismo de concertação e consenso para um diálogo mais aberto, transparente e inclusivo com a observação da comunidade internacional, com vista a pôr um fim do conflito armado e político em Cabinda.

De recordar que Cabinda, desde 1975, vem testemunhando um conflito armado sem precedentes que opõe dois povos irmãos da mesma África, fruto de uma anexação ilegal, realizada nos acordos de Alvor, entre os três movimentos de libertação de Angola e Portugal. Desde aquela data, os Cabindas reivindicam à Angola a sua independência porque defendem ser um protetorado Português desde 1885 e um território distinto de Angola, segundo a constituição portuguesa de 1933.

Apesar de constantes refutações por parte do governo de Angola sobre a existência do conflito armado em Cabinda, é importante salientar que neste ano, através do Secretário Geral da ONU, elogiou a FLEC-FAC de captar o seu apelo de um cessar-fogo temporário devido a Pandemia de Covid-19 e constantes comunicados da guerrilha sobre alguns confrontos militares em algumas regiões de Cabinda.

Entendemos assim que é falta de vontade política e coragem por parte do governo de Angola de dialogar com o povo de Cabinda para o fim deste longo conflito. É necessário que se dialogue porque são vidas humanas que vão se ceifando e daí é que chamamos ao Eng. Marcos Nhunga que ganhe uma atitude mediadora junto das forças vivas cabindesas e o governo de Cabinda.

Peço ao governador de Cabinda que faça história, que faça a diferença para o bem da terra que nos viu nascer e prepararmos uma terra de paz e tranquilidade às futuras gerações.

QUE DEUS ABENÇOE CABINDA!

Texto de LeoTon Mabiala

Foto: Jornal Folha8

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