‟SILÊNCIO ESTRATÉGICO NÃO SIGNIFICA FIM DO CONFLITOˮ EM CABINDA ESTANISLAU BOMA

Que assegurou ainda em entrevista a Voz da América, que ‟enquanto não se chegar a soluções políticas justas e credíveis do conflito, a resistência do Povo de Cabinda vai continuarˮ a resistir à ocupação militarista de um outro povo africano.

ESCARAMUÇAS ENTRE OS GUERRILHEIROS DA FRENTE DE LIBERTAÇÃO DO ENCLAVE DE CABINDA, FORÇAS ARMADAS CABINDESAS – FLEC FAC E AS FORÇAS ARMADAS ANGOLANAS

Como se sabe a situação político-militar continua muito tensa no território de Cabinda fruto das últimas escaramuças entre os guerrilheiros da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda, Forças Armadas Cabindesas – FLEC FAC e as Forças Armadas Angolanas – faa, ocorridas entre os dias 06 e 10 de janeiro-em-cabinda do corrente ano.

Sobre a questão, o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Cabindesas, Estanislau Boma assegurou que a FLEC FAC não procede ataques Nós nunca atacamos é o MPLA que atacaˮ apontando assim o dedo às forças de defesa e segurança angolanas que são os verdadeiros responsáveis da tensão militar que se vive em Cabinda e fruto destas acções as FAC têm o direito à auto-defesa uma vez que existe ‟uma diferença entre o agressor e o agredidoˮ,acresceu Estanislau Boma. Importa aqui realçar que os agredidos de que Boma se refere são as populações de Cabinda que há mais de quatro décadas continuam resistir a invasão do seu território pelas FAPLAS do MPLA, e, neste sentido é legítimo que todo Cabinda se defenda para que cedo ou tarde o território se liberte da repressão e opressão angolana apadrinhada pelos senhores do mundo.

BOMA caracteriza ainda ser ‟uma desculpa de mau pagadorˮ a reação das autoridades angolanas as ocorrências dos dias 06 e 10 de janeiro-em-cabinda, onde Angola insistentemente procura acusar os ‟Congosˮ de ajudarem a Guerrilha Cabindesa, mas, ‟sem fundamentosˮ por parte das autoridades angolanas da colaboração destes com a FLEC desde de 1974 período em que se deu o início do conflito militar entre as FAC e os guerrilheiros angolanos do MPLA (FAPLA). E a única verdade em torno da questão é que ‟Nós sabemos que os países vizinhos são sempre vítimas de repercussões do conflito em Cabinda e não o contrárioˮ, defendeu BOMA que disse ainda que se fosse verdade como as autoridades angolanas advogam à ajuda dos Congos a FLEC, ‟os angolanos não teriam lugar em Cabinda para meter os seus pésˮ ou seja há muito que seriam escorraçados do território de Cabinda pela FELC FAC.

O Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Cabindesas, Estanislau Boma, garantiu ainda que ‟a paz e segurançaˮ das fronteiras entre Cabinda e os Congos depende da coragem política por parte dos agressores em resolver o conflito no território. Com relação a possiblidade da realização do congresso da FLEC, o que levaria a unificação da organização cabindesa que Boma considera ser ‟imperativa face aos desafios do momentoˮ e, caso venha acontecer a mesma terá de ser concretizada ‟no terrenoˮ ou seja em Cabinda, Estanislau Boma aproveitou a ocasião para apelar aos Cabindas da necessidade do reforço da resistência patriótica cabindesa.

POSSÍVEIS CONTATOS PARA NEGOCIAÇÕES COM AS AUTORIDADES ANGOLANAS

‟Temos observado que o governo angolano ainda não tem vontade política negocialˮ, referiu Boma que deixou um apelo as autoridades angolanas sobre a questão que passa mais por uma advertência ‟na linguagem militar barulho de botas é sinal de guerra e que o povo de Cabinda só vai negociar com garantias internacionais e não vai se humilhar nestes contatos para a sua reedição, nunca!ˮ. O principal responsável pelo fracasso das negociações entre a FLEC FAC e a Angola, são as próprias autoridades angolanas que estipularam a rendição como garantia sine qua non da resolução do conflito em Cabinda por um lado, e, que insistem por outro lado que a resolução do Conflito do Problema de Cabinda só é possível no quadro angolano e não no internacional o que não é lógico e inadmissível uma vez que ‟Cabinda é Cabinda ,e, Angola é Angola, nós não vamos aceitar tratar o Problema de Cabinda no contexto angolanoˮ por não se tratar de um conflito interno angolano.

APELO A COMUNIDADE INTERNACIONAL

Apesar de FLEC contar só com ajuda e apoio do povo de Cabinda, a Revolução Cabindesa persiste e registe há mais de quatro décadas, por essa razão, Boma, apela a sensibilidade da Comunidade Internacional a engajar-se na resolução do Conflito do Problema de Cabinda e, recorda ainda a mesma que em ‟Cabinda não estáo petróleo na base do incidente internacional, está sim, acima de tudo um povo oprimido que se bate para ser reconstituído o seu direito legítimo como Povo e Naçãoˮ. Não deixou igualmente de assinalar que Portugal é o principal culpado pelo conflito que ainda persiste em Cabinda tendo em conta que ‟não querem assumir o seu erro histórico de descolonizaçãoˮ, reiterou Boma, que saudou também efusivamente o recente reconhecimento do Conflito em Cabinda pelas Nações Unidas, como sendo um conflito ainda por se resolver.

ELEIÇÕES ANGOLANAS EM CABINDA

Não deixou de saudar e encorajar as actividades nacionalista que continuam a ter lugar no território protagonizadas pelas organizações políticas e associativas que na visão de Estanislau Boma são uma prova evidente de que o povo de Cabinda quer a sua independência que deve ser o denominador político comum entre estas. Para este, estas actividades ‟devem continuar até ao boicote das eleições angolanas em Cabinda, porque eleger Angola em Cabinda é eleger a opressão e a colonização no nosso territórioˮ, alertou ainda Boma.

Contudo, o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Cabindesas, Estanislau Boma, não deixou de ressaltar e assinalar que a FLEC FAC é o povo de Cabinda, pois se não fosse a contribuição deste povo a luta de libertação há muito que deixaria de existir em Cabinda. Que garantiu ainda que o povo de Cabinda vai continuar a resistir e com mais bravura em especial neste 2022 que é um ano determinante e de decisão para o povo de Cabinda não só no domínio militar, mas, também nas outras frentes.

Texto de Baveka Mayala

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